SP tem recorde de sepultamentos e pode ter enterros noturnos
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VILMAR BANNACH/PHOTOPRESS / - Corpo é sepultado no Cemitério da Vila Formosa, o maior da América Latina, na zona leste de São Paulo
Em cemitérios e crematórios públicos e privados, capital registrou 373 enterros no domingo e já supera pico de maio do ano passado
Com 373 enterros em apenas um dia, a capital registrou no domingo, 21, o recorde diário de sepultamentos em cemitérios públicos, privados e crematórios da cidade desde o início da pandemia. O Serviço Funerário do Município de São Paulo já fez a contratação de oito torres de energia para a realização de enterros noturnos por 60 dias, ratificados a cada 30, medida que será adotada se o número diário de enterros chegar a 400. O pico de 2020 foi em 26 de maio, com 322 enterros.
Até o momento, não foi necessário realizar sepultamentos no período noturno, mas duas torres já estão disponíveis no Cemitério da Vila Formosa, o maior da América Latina, na zona leste paulistana. Os equipamentos podem ser utilizados caso sepultamentos agendados ultrapassem o horário de funcionamento do cemitério. No caso de morte pela covid-19, a realização de velório não é permitida e o caixão, fechado. A despedida é breve e ocorre apenas no momento do sepultamento. Para os demais óbitos, o velório pode durar até uma hora, com permissão de participação de dez pessoas. Caso o número de sepultamentos por dia chegue a 400, nenhum velório poderá ser realizado.
Até 15 de março, o número de enterros estava na casa dos 200. A partir do dia 16, teve início uma série com balanço de sepultamentos superiores a 300, atingindo o maior número diário durante a pandemia no dia 21. A média de sepultamentos em março deste ano, em relação a março do ano passado, quando a pandemia estava ainda no início no Brasil, apresentou alta de 44,2%. Saltou de uma média de 195,3 enterros por dia em março de 2020 para 281,8 nas três primeiras semanas deste mês.
Esses primeiros 21 dias também têm média maior de sepultamentos do que a registrada em maio do ano passado, mês em que a doença atingiu o pico de enterros na cidade, com média de 269,9 sepultamentos por dia. Segundo o Serviço Funerário, o pico de sepultamentos do ano passado foi em 26 de maio, quando foram realizados 322 enterros.
No sábado, o recorde de enterros desde o início da pandemia já tinha sido alcançado, com 372 enterros. O pico do fim de semana causou, inclusive, aglomeração no Cemitério Vila Formosa. "Os enterros têm de acontecer das 8h às 18h. Quando a família chega para fazer o velório, tem aglomeração das pessoas que esperaram para enterrar de manhã", diz João Batista Gomes, secretário de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep).
"Tivemos fila dos carros fúnebres e elétricos, mesmo com carros grandes para transportar seis caixões. Ontem (no domingo), foram 85 enterros no Vila Formosa 2, os sepultadores falam que metade disso era covid-19", afirma. Em nota, o Serviço Funerário informou que equipes de fiscalização têm atuado nos cemitérios para orientar a população e que há material informativo sobre uso de máscaras e necessidade de distanciamento social nas salas de velório.
"Por se tratar de um momento de despedida, muitas famílias não compreendem as normas de distanciamento social, dificultando o trabalho das equipes que atuam na administração pedindo a colaboração quanto à quantidade limite de pessoas por sala. Atrasos de familiares nos primeiros sepultamentos do dia provocam desordem nos horários, o que dificulta o cumprimento em tempo das atividades diárias de cada unidade."
A autarquia disse ainda que mais sepultadores vão começar a integrar o quadro de reforço a partir desta semana. "Além dos 173 sepultadores efetivos ativos e dos 150 terceirizados contratados em 2020 e início de 2021, mais 35 iniciarão nesta semana."
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, a taxa de ocupação dos leitos de UTI para covid-19 era de 89% nesta segunda-feira, 22, e de 75% em enfermaria. Neste domingo, os hospitais municipais Carmen Prudente, Ignácio Proença de Gouveia e José Soares Hungria estavam com taxa de ocupação de 100% dos leitos de UTI covid-19.
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